Qual a diferença entre narrar uma história ficcional e narrar uma experiência vívida de fato? Quem escreve pode lidar com essa questão a partir de algumas estratégias. Por exemplo, as maneiras diversas de fazer com que os leitores se coloquem no lugar da experiência narrada, sentindo, até o limite do possível, como se também a tivessem vivido. Vale a pena também conhecer e explorar as diferenças de efeito, os contrastes de tom e as variações estruturais entre textos de ficção e de não ficção.
Estas são algumas estratégias que serão trabalhadas neste escritório, passando pela literatura de Annie Ernaux e Elena Ferrante, para analisar como é possível serem ambas narradoras mesmo sendo tão diferentes. Também vamos ler trechos dos diários de Kafka, Virginia Woolf e Atef Abu Saif para refletir sobre por que relatos de memória tendem a ser fragmentados, contraditórios, hesitantes, passando longe do arco narrativo linear e seguro que encontramos em algumas ficções.
A cada encontro, os participantes serão convidados a escreverem fragmentos que explorem essas ideias e procedimentos, reforçando a aposta de que o gesto mais humano de que somos capazes é de compartilhar histórias.
Se você não puder participar de algum dos encontros, não há problema, eles são gravados e enviados aos participantes.